sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Normose - Autor Desconhecido

Um perigo chamado “normose”.
Entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, sobre uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de “normose”, a doença de ser normal.
Tudo mundo quer se encaixar num padrão. Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar. O sujeito “normal” é magro, alegre, sociável e bem sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema.
Quem não se “normaliza”, quem não se encaixa nesses padrões acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera, bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós? Quem são esses ditadores de pensamento a quem estamos outorgando tanto poder em nossas vidas? Eles não existem. Nenhum José, João ou Maria batem à sua porta esperando que você seja assim ou assado. Quem nos exige é uma coletividade que ganha “presença” através de modelos de comportamento amplamente divulgados.
Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos. Melhor se preocupar em ser você mesmo. A normose não é brincadeira. Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa.
Você precisa de quantos pares de sapato?
Comparecer a quantas festas por mês?
Perder quantos quilos até chegar o verão?
Não é preciso fazer curso de nada para se desapegar de exigências fictícias. Um pouco de auto-estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com o risco de viver uma vida a seu modo. Criaram o seu “normal” e jogaram fora à fórmula, não patentearam, não passaram adiante.
O normal de cada um tem que ser original. Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos de outros. É fraude. E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu me simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais emocionais e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera. Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações. Se parecem sofrer é porque estão sofrendo e, se estão sorrindo é porque a alma lhes é iluminada.
Por isso divulgo o alerta: a “normose” está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.
Ser feliz é ser você mesmo, sofrendo ou sorrindo, pois esta vida é passageira e o importante é ter emoções claras e definidas.

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